quarta-feira, 15 de junho de 2011

Uma canção pra você

Fonte de mel
Nos olhos de gueixa
Kabuki, máscara
Choque entre o azul
E o cacho de acácias
Luz das acácias
Você é mãe do sol
A sua coisa é toda tão certa
Beleza esperta
Você me deixa a rua deserta
Quando atravessa
E não olha pra trás
Linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
Você é linda
Mais que demais
Vocé é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Você é forte
Dentes e músculos
Peitos e lábios
Você é forte
Letras e músicas
Todas as músicas
Que ainda hei de ouvir
No Abaeté
Areias e estrelas
Não são mais belas
Do que você
Mulher das estrelas
Mina de estrelas
Diga o que você quer

Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz
Você é linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim

Gosto de ver
Você no seu ritmo
Dona do carnaval
Gosto de ter
Sentir seu estilo
Ir no seu íntimo
Nunca me faça mal

Linda
Mais que demais
Você é linda sim
Onda do mar do amor
Que bateu em mim
Você é linda
E sabe viver
Você me faz feliz
Esta canção é só pra dizer
E diz

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral

“A natureza sobrepõe-se à razão. Ser filósofo, na consequência final, é renunciar ao racionalismo.”

Segundo Hume quando refletimos sobre nossas experiências passadas, nosso pensamento atua como um espelho fiel e copia corretamente os objetos, no entanto, as percepções originais sempre serão as mais fortes. Para Hume quando um evento provoca outro evento, não há necessariamente uma conexão entre eles. Hume negou que possamos fazer qualquer idéia de causalidade, mas, o que acontece é que quando vemos que dois eventos sempre ocorrem conjuntamente, tendemos a criar uma expectativa de que quando o primeiro ocorre, o segundo também ocorrerá. Hume admite que há um princípio de conexão entre os diversos pensamentos ou idéias da mente, e que ao surgirem à memória ou à imaginação, eles se introduzem uns aos outros com um certo grau de regularidade. No entanto, para Hume o conhecimento acontece somente quando conseguimos, de alguma maneira, associar estas idéias. Para Hume o conhecimento está limitado à experiência. Diz o autor: “Uma produção sem um desígnio assemelhar-se-ia mais aos delírios de um louco que aos sóbrios esforços do gênio e da sabedoria.”
Hume divide as representações em representações dos sentidos e de auto percepção. As representações são póstumas às sensações. As impressões são sensações. A percepção pura, o sentir, o primeiro contato com o mundo - como uma criança o tem antes de se envolver em reflexões e desenvolver a mente, tudo isso são impressões. Mais tarde, através da representação,o sujeito forma a idéia. A idéia é um reflexo da impressão, uma cópia pálida, até uma deturpação da percepção bruta. Um exemplo de impressão é uma noção simples como perceber a tristeza. Um exemplo de idéia seria um anjo. Através das impressões criamos imagens (vale dizer quimeras) que não existem no mundo material. Para se chegar na imagem de um anjo é preciso compô-la. A essa teoria de Hume dá-se o nome de empirismo psicológico, cuja consequência é o empirismo lógico. Uma palavra só é significativa se tem um correspondente no mundo. Todas as idéias válidas tem fundamento na impressão. A abstração não existe. A base do conhecimento são as impressões e relações entre as idéias, como as associações. Todas as impressões são inatas. Por inatismo Hume considera tudo que é original, e não uma cópia. O fato de esperarmos certos efeitos de alguns fenômenos, seja por hábito ou por observação demonstrativa, faz com que vejamos a natureza de determinada maneira. Para garantir sua sobrevivência, o homem coloca ordem nas coisas. Dá preferência ao útil. A base das ciências naturais para Hume é irracional. A natureza sobrepõe-se à razão. Ser filósofo, na consequência final, é renunciar ao racionalismo. O princípio causal tem origem na experiência, e deste provém o conhecimento. Temos a mente formatada pelo costume e experiência. A causalidade não é objetiva, pois nem sempre as mesmas causas produzem os mesmos efeitos.

domingo, 30 de março de 2008



...é claro e manifesto que não existem coisas passadas e futuras; nem se pode dizer, com exatidão, que os tempos são três: passado, presente e futuro. Mas, talvez, se deveria dizer, com propriedade, que os tempos são três... o presente das coisas passadas (memória), o presente das coisas presentes (visão) e o presente das coisas futuras (expectativa). Estas três coisas existem na alma e, em outro lugar, não as vejo. Por isso pareceu-me que o tempo é uma distensão. De que coisa, eu não sei; admirar-me-ia se não fosse uma distensão da própria alma.
(Livro XI das Confissões-Santo Agostinho)

sexta-feira, 28 de março de 2008

No inverno de 2007 muitas coisas aconteceram: uma perda que depois se transformou em um ganho. Um amor que chegou, invadiu e ficou, e que se chama Antônio. Uma paixão que chegou e que também ficará, a Filosofia. Nossa história é recente mas já somos grandes amigas, eu e esta senhora. Sim, a Filosofia é a própria mulher. Palavras do professor de Medieval. E foi ele quem cutucou minhas idéias para criar este espaço aqui. Pensar e escrever. Remexer as idéias.
Trago de
o post que escrevi sobre primeiro dia de aula.
Agora sigo por aqui, divagando por lugares diferentes.

Introdução ao Filosofar
Primeiro dia de aula. Me sinto feliz como se tivesse passado no vestibular pela primeira vez. Embora seja esta uma fase diferente, de escolhas maduras, sem obrigações, caminhos leves. Levo apenas o coração aberto e a pretensão de aprender. Um a um vamos nos conhecendo e nos reconhecendo uns nos outros. Nossos propósitos são muito parecidos, queremos mais, buscamos por. Da estudante de geologia apaixonada por seu curso, o ex-estudante de direito decepcionado com a ambição de seus colegas e professores, ele espera da Filosofia a nobreza do ser humano. Sim, queremos um mundo melhor, disse a moça formada em administração que quer ser professora e ajudar a re-construir a formação dos muitos jovens que perderam, junto com seus pais, o norte de suas vidas. Queremos pensar sobre a família. O que isso significa mesmo? Me interessei por Filosofia lendo livros pra minha filha mestranda, contou o empresário. No contra ponto, o garoto de vinte anos nos conta que sempre gostou de ler, mas como em sua casa existiam apenas livros religiosos, aprendeu então a vida de todos os santos. E que todos os santos filosofem conosco. Depoimentos carregados de verdades, sonhos e emoções. O rapaz baiano contou que foi pra São Paulo buscar a sorte, assim como fazem tantos outros que desacreditam da própria vida. Se perdeu por lá numa vida marginal; veio parar em uma clínica de reabilitação no sul do país. É preciso caminhar para ir longe. Hoje é ele quem ajuda os que ainda se perdem por aí. Veio buscar na Filosofia uma maneira de ajudar mais e melhor. Ajudar é preciso. Assim falou a jovem menina que já fez curso de mecânica, de teatro, massoterapia, e dá aula de catequese: porque se apaixona fácil por tudo. Ela ainda não conhece Nietzsche, mas aposto que vai se apaixonar por ele também. E assim começamos a pensar juntos este amor pela vida, este Philo-Amor pela Sofia-Sabedoria. Iniciamos aqui nossa busca por Sofia. Os frutos desta busca farão de nós um tanto mais responsáveis por dias melhores, por gestos mais lentos, por palavras sensatas, por idéias boas e justas. Que nossos sonhos cresçam e floresçam e que não percamos pelo caminho a essência do que viemos buscar; que esta busca seja plena, seja honesta, seja toda coração.